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Homenagem à singeleza: Profa. Junia Sales Pereira, presente!

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por Carina Martins

É difícil se despedir de uma pessoa como a Profa. Júnia Sales, da UFMG. Hoje faz uma semana que essa alma tão singular nos deixou. Ao percorrer minhas memórias pessoais, eu lembro do sorriso. Não era aberto, escancarado. Júnia sorria com o olhar. Sempre generosa, me parecia uma artesã das palavras, das relações, dos olhares. Uma perguntadora de mão cheia. Uma forte liderança. Uma professora com milhares de horizontes, sempre aberta para as mãos dadas. Uma escrevinhadora, narradora, escutadora. Júnia era plural, como foi sua trajetória.

Tive a honra de escrever um livro sobre educação em museus com ela, Lana e Silvânia. Eu enviava rascunhos bastante soltos e malucos, com ideias que não tinha elaborado ou teorizado. Júnia recebia, lia rapidamente e promovia diálogos infinitos na caixa de email. O ponto final veio por ela, assim como todas as incríveis sacadas do balaio de ideias, do dialogismo do início ao fim, das experimentações imaginárias. Aprendi com Júnia que imaginar e criar são coisas tão potentes que nenhuma gota deve ser desperdiçada. Com sua poética lindamente política, Júnia é uma referência no campo do patrimônio (e em tantos outros).

Eu poderia dizer que ela era um monumento, mas estaria longe de captar o seu andar no mundo. Júnia, com sua singeleza, está mais para uma performance, daquela que somente o fugaz instante revela a plenitude e nos convida a dançar, andar, olhar, sentir e ser de forma diferente. Para aqueles/as que não tiveram o privilégio de conhecê-la, uma fotografia de uma de suas intervenções: o livro “Escola e museus: diálogos e práticas”. Boa leitura!

Link para baixar o livro:  PEREIRA, Júnia Sales; SIMAN, Lana Mara; COSTA, Carina Martins; NASCIMENTO, Silvânia. Escola e Museus: diálogos e práticas. Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Cultura/ PUC, 2007. 2livro-final_escola-museu__fred_motta

Comentário

  1. Carina, seu texto sobre Júnia é comovente e luminoso . Linda e justa captura da sua alma. Homenagem feita das ” coisas finas do espirito”, dessas que Júnia entendia tão e nos ensinava.
    A parceria feita com Júnia na elaboração deste livro, reunindo, costurando sua produção e da Silvânia foi uma viagem concretizada com muitos desdobramentos junto aos professores da educação básica. Essa é uma das experiências com partilhada que guardo do lado esquerdo do peito.

    1. Querida Lana, suas palavras sempre tão generosas … Eu guardo essa experiência toda como uma das coisas mais incríveis da minha vida e nunca vou me esquecer o dia que você ligou para o Museu para fazer o convite. E tudo isso ainda trouxe a oportunidade de conhecer Júnia. Sigamos de mãos dadas. Receba meu abraço apertado!!