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Paisagem sonora em “Rio-1922”

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por Romney Lima e Gilberto Vieira

“Dois vídeos sobre a Exposição do Centenário e a paisagem sonora daquele ano contribuem para enriquecer a abordagem sobre o Rio de 1922, com movimento e cadência.”

O trechinho acima é parte de um artigo publicado aqui no Exporvisões em maio de 2022, “Sobre sonhos que sonhamos juntos num museu centenário” . O texto assinado por Aline Montenegro Magalhães, então diretora do Museu Histórico Nacional (MHN), compartilhava experiências e olhares em torno da curadoria coletiva de uma exposição comemorativa do Centenário do MHN, a “Rio-1922”. Inaugurada dias antes, a mostra ainda está em cartaz. Quem ainda não visitou, vale visitar! Até porque, ao andar por entre objetos e imagens que contam uma história da cidade, no ano de comemoração do centenário da Independência do Brasil, você poderá imergir nos sons daquela época, tanto em termos musicais, quanto em termos de paisagem sonora, fruto de uma pesquisa que realizamos especialmente para darmos esse presente ao museu centenário.

Aqui, não apenas compartilhamos o som ambiente da exposição, mas também as informações sobre tudo o que se ouve nessa paisagem sonora. Esperamos que curtam e que se sintam ainda mais motivados a conhecer “Rio-1922”.

FICHA TÉCNICA – AMBIENTAÇÃO SONORA – MHN

O Guarani (Carlos Gomes) – A mais famosa obra de Carlos Gomes, foi composta em 1870 e apresentada em Milão, na Itália, no mesmo ano. Durante as comemorações do centenário da independência em 1922, a ópera foi transmitida via rádio direto do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Agogôs – A palavra agogô é de origem Yorubá e se refere a um sino golpeado sem badalo, podendo ser um sino único ou duplo, golpeado por uma vara de metal ou madeira.

Atabaques – “Os atabaques tem uma função fundamental, na música, que é feito no xire (roda), que se traz a música nas festas, nas festividades, cada ritmo, cada toque representa um orixá, ou um grupo de orixás e até mesmo uma nação”. Ronaldo Jesus Santos (Ronald), 30 anos Ogã Onilu, Ilê Axé Akueran. 2018

Canto gregoriano – teve início no período medieval (séculos V e XV) e foi institucionalizado durante o século VI, na liturgia católica comandada pelo Papa Gregório I. A intenção era transmitir os valores cristãos e as crenças por meio do Evangelho cantado.

Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro (L. M. Gottschalk) – Interpretado pelo pianista Nelson Freire. Louis Moreau Gottschalk foi pianista, compositor e regente norte-americano, nascido em 1829, em Nova Orleans, veio ao Brasil em 1869 (ano também do seu falecimento) e compôs esta obra fazendo uma série de variações sobre a música de Francisco Manuel da Silva.

Som de construção civil

Berimbau – É constituído por uma única corda esticada em uma haste de madeira, e é dotado de uma caixa de ressonância feita de cabaça.

Fora dos eixos (Ernesto Nazareth). Interpretação da pianista Maria Teresa Madeira. Fora dos eixos, tango carnavalesco escrito por volta de 1922 com a dedicatória “à Minha Terra”.

Som de bonde

O Polichinello (Villa-Lobos) – . Parte da coleção Prole do bebê Nº 1, executada pela primeira vez em 1922 por Arthur Rubenstein, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A obra é composta pelas seguintes peças: Branquinha, Moreninha, Caboclinha, Mulatinha, Negrinha, Pobrezinha, O Polichinello e Bruxa.

Aí seu Mé (Freire Júnior e Careca) – Marcha carnavalesca gravada pelo Bahiano, Corpo de Coros da Canalha das Ruas e Orquestra do Chico Bóia para a Casa Edison, Rio de Janeiro no ano de 1922. A canção é uma sátira ao candidato a presidente Arthur Bernardes, que ganharia as eleições daquele ano.

Urubu (Pixinguinha) adaptação do tema do “Urubu malandro”, com o próprio Pixinguinha à frente dos Oito Batutas. Histórica gravação mecânica feita na Victor de Buenos Aires, Argentina, em fins de 1922.

Chiado de rádio

Sons de sinos

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